segunda-feira, 29 de março de 2010

Primeiro dia



Não se tem informação de que tudo que está descrito nesse diário seja uma história ou uma estória, uma fábula ou uma lenda, mesmo eu sendo uma prova viva desses relatos, o que estará descrito, é o que meus antepassados contaram para meus avós, e esses, repassaram para meus pais
Numa época desconhecida onde os povos surgiram do lado oposto da terra e como prova que esses fatos narrados existiram, as civilizações deixaram muralhas perfeitas de pedras usadas como proteção, porém uma proteção ao desconhecido e não apenas uma proteção contra os próprios homens ou seres que se assemelhavam aos homens da época.
As muralhas foram instaladas com pedras gigantescas em formas perfeitas tendo como único acesso grandes portões que necessitavam de dezenas de homens dos mais fortes auxiliados por animais acorrentados e parcialmente domestificados para a abertura e fechamentos dos portões.
Essa arquitetura de auto defesa era extremamente resistente e perfeita porem não foram eficazes para a proteção plena dos homens da época, pois de forma inexplicável, após alguns anos, outros povos que por lá passaram apenas encontraram ruínas e até os dias atuais, nenhuma civilização se estabeleceu naquele lugar.
O primeiro povoado que edificou as muralhas e domestificaram os animais vieram junto com os deuses, antes mesmo de todos os deuses gregos que se tem noticia, numa época em que todos os seres vivos temiam os deuses sem distinção do bem ou do mau e esses gradeavam entre si na tentativa de domínio absoluto dos homens.
O povo dessa época cultuava o corpo perfeito, homens e mulheres de corpos esculturais, não existia aparentemente moléstia, nem doenças contagiosas, quanto menos qualquer vestígio de uma seqüela em qualquer corpo humano.
Entre as crianças machos recém nascidas e sadias eram marcadas no nascimento com uma cicatriz a base de ferro e fogo para serem utilizadas num futuro não muito distante como instrumento ordenado pelos Deuses para propagar o bem ou o mal por onde se alcançasse a vida.
A tradição da família definiria a representação, porém essa marca era escondida, onde cada um carregaria como senha para ter acessos aos rituais.
Muitas mães, não recebiam seus filhos após o nascimento e os feiticeiros que faziam o parto apenas justificavam que esses já teriam sido escolhido para a guarda do mundo desconhecido.
O choro dessas crianças se eternizavam por toda a madrugada juntamente com o lamento das mães, até que com o nascer do sol o choro se distanciava para nunca mais voltar deixando apenas o sofrimento indescritível da mãe.
Antes do sol nascer, os grandes portões eram abertos para a passagem de carroças em madeira negra, com homens totalmente encobertos por roupas negras e puxadas por cavalos negros que em poucos metros distanciados das muralhas já se confundiam com a escuridão, retornando apenas vinte e quatro horas depois, surgindo da escuridão tal como um dia antes havia sumido.
A mulher que por duas vezes tivesse seu filho retirado no momento do parto, seria considerada impura para a fertilização e tinham suas cabeças raspadas e abandonadas por seus maridos e por qualquer outro homem, pois todos saberiam que essas mulheres não mais poderiam gerar em seus ventre uma nova criança até seus filhos mais velhos a abandonavam sobrevivendo pela migalhas deixadas nos becos ou se prostituindo em troca da simples subsistência.Essas mulheres eram também marcadas a ferro e fogo perto da virilha como uma alerta ou publicidade do seu estado onde apenas os bárbaros de formal brutal e com rostos cobertos saciavam seus desejos nos corpos quase sem vida dessas mulheres. Muitas delas suicidavam, se enforcando em arvores próximas das ruas.

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